quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
Bukowski
há um pássaro azul no meu peito que quer sair
mas eu sou duro demais pra ele
eu digo, fica aí, não vou
deixar que ninguém o veja.
há um pássaro azul no meu peito que quer sair
mas eu jogo uísque nele e dou um trago no meu cigarro,
e as putas e os garçonse os balconistas dos mercados
nunca percebem que ele está
aqui dentro.
há um pássaro azul no meu peito que quer sair
mas eu sou duro demais pra ele
eu digo, fique quieto, quer acabar comigo?
há um pássaro azul no meu peito que quer sair
mas eu sou bastante esperto, deixo que ele saia
somente em algumas noites enquanto
todo mundo está dormindo.
eu digo: eu sei que você está aí,
então não fique triste.
depois, o coloco de volta em seu lugar,
mas ele ainda canta um pouquinho
lá dentro, eu não deixo
que morra completamente
e nós dormimos juntos
assim, como nosso pacto secreto
e isto é bom o suficiente para
fazer um homem chorar,
eu não choro,
você chora?
domingo, 26 de dezembro de 2010
Salto

sábado, 25 de dezembro de 2010
domingo, 19 de dezembro de 2010
Arroz

Calvin
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Poder de síntese

... "Uma flor à margem do rio para ele era uma flor amarela e não era mais nada.... Mas há uma diferença. Depende se se considera a flor amarela como uma das várias flores amarelas ou como aquela flor amarela só. É que para tal homem, essa flor amarela era uma experiência vulgar, ou coisa conhecida. Ora, isso não está bem. Toda coisa que vemos, devemos vê-la sempre pela primeira vez, porque realmente é a primeira vez que a vemos. Então cada flor amarela é uma nova flor amarela, ainda que seja o que se chama de a mesma de ontem. A gente já não é mais o mesmo nem a flor a mesma. O próprio amarelo não pode ser já o mesmo. É pena a gente não ter exatamente os olhos para saber isso, porque então éramos todos felizes".
(Fernando Pessoa num rara edição portuguesa de 1975 que eu tenho. Ilustração de Gustav Klint, porque eu quis)
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
domingo, 28 de novembro de 2010
sábado, 13 de novembro de 2010
Lápis e papel
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
A vida seguindo

segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Zamioculcas
Li esse texto aqui e adorei!
Zamioculcas
(Joana D’Arc Bussular Diniz)
- Como se chama aquela planta que quase não precisa de cuidados, resiste a ambientes fechados com pouca luz e ar condicionado?
Com essas palavras, iniciei o diálogo com a vendedora que me atendeu naquela tarde de terça-feira, quase no fim do expediente. Estava à procura de uma planta para decorar minha sala de trabalho e trazer um pouco de vida àquele ambiente sem sol onde passo a maior parte dos meus dias. Frio. Cinza. A sala e os dias.
Zamioculcas, este é o nome da planta.
De folhas firmes, de cor verde-escura, brilhantes. Presa em seu caule, a informação sobre ela: originária da África, resistente, aguar duas vezes por semana… Observando-a penso que seria muito interessante se o ser humano também viesse com um panfleto informativo preso em seu pescoço… Isso evitaria tantos problemas de convivência e danos ao espírito, um tanto desgastado pelos relacionamentos frustrados e incompletos.
Seria simples assim:
- Olá, muito prazer! Posso ler seu panfleto informativo? Vejamos… Gosta de ler, mas não suporta Pessoa, dorme só no escuro, acorda de mau-humor… Não. Não vale a pena investir nessa convivência…
Seria assim, infinitamente mais simples. Mas não é.
Viver requer enfrentar o desconhecido. É se redescobrir no outro, na incógnita das surpresas diárias.
Invejo em meu íntimo a força das zamioculcas. Mesmo em ambientes adversos, sem luz solar, ventilação adequada, onde qualquer planta mais frágil sucumbiria facilmente, ela suporta. Precisa de pouco para se manter forte, viva.
Eu, ser incompleto, preciso de mais para viver…
Busco completar a minha vida com a vida de quem me rodeia. Interesso-me verdadeiramente por quem está ao meu lado. É como se as histórias do outro fossem parte também da minha história.
Penso que sou assim desde o útero materno, onde, por graça de Deus divino, dividi a morada com outro ser antes de fazer parte deste mundo. Sinto que já ali precisava de presença, de olhar nos olhos, de estar perto, sentir o cheiro, de tocar as mãos, ouvir um coração junto ao meu.
Não sou como elas, as zamioculcas. Sou frágil. Sigo buscando no outro aquilo que falta em mim.
Às vezes erro. Muitas vezes acerto. Em todas às vezes aprendo.
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Encantada

segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Helena, a filósofa

Publicado em 17/10/2010 Danielle Brito
“– Mãe, vou pedir um cachorro de Natal.
– Helena o Papai Noel não traz animais de presente...
– Como você sabe?
– Bem, eu já passei por muitos natais.
– Ah, eu sei...1.975, né?”
Vendo uma cena romântica e mostrando porque as mulheres são diferentes:
“– Mãe o que ele disse?
– Que está indo embora.
– Não, o que ele quis dizer com o que ele disse?”
– Mãe, me dá suco?
– Não. Termina a sopa primeiro.
– Por quê?
– Porque faz mal bebida gelada e comida quente ao mesmo tempo!
– Mãaae, a vida é um desafio!” (hã?)
“Helena, tira esse cabelo do olho senão você vai ficar zarolha que nem um caranguejo!
– Mas, mãe, caranguejo nem tem cabelo...”
Assistindo tevê: “Mãaae, vem ver! É livre para todos os públicos... Ei, eu sou pública?”
Sobre a lógica: “Mãe, o meu tênis tá amarrado com laço italiano. (Hã?) É que o professor de educação física lá da escola morou na Itália e foi ele quem deu o laço...”
“– Helena, para de mexer a cabeça!
- Por quê?
- Porque fica mais fácil pentear seu cabelo!
- E por que você tem que gostar das coisas mais fáceis?”
Helena brincando de fazer mala pra viagem e a mãe comentando: “Ah, tá! Não tem nada de frio nessa bagagem!”. E ela, bem rápida: “Erde, mãe, já despachei!”
Ainda “viajando” : “Mãe, eu morava em Nova York e você em Londres. É longe. Eu não vou poder te visitar!”
– Mãe, você queria morar num ‘predifício’ bem alto?”
E no salão, a mãe deixa Helena pintar as unhas: “Mãe, que cor as noivas pintam?
– Hum, branco...
– E as rebeldes?”
sábado, 16 de outubro de 2010
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Conectada
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Vejo cores em você

domingo, 10 de outubro de 2010
Um dia de domingo
Ingredientes: Três cenouras médias cruas, 3 ovos, 2 xícaras de farinha de trigo integral, 1 xícara de farinha de trigo branca, 2 xícaras de açúcar mascavo, 1 xícara de açúcar branco, 1 xícara de óleo, 1 colher (sobremesa) de fermento em pó.
Para a cobertura: 1 xícara de açúcar mascavo, 1/2 xícara de cacau em pó, 1/2 xícara de leite e 1 colher de manteiga.
Modo de preparo: Bater no liquidificador as cenouras, óleo e os ovos. Em outro recipiente, misture todos os ingredientes secos e jogue a mistura do liquidificador sobre eles, batendo muito bem com uma colher de pau. Leve ao forno já aquecido em forma untada por mais ou menos 30 minutos.
Enquanto isso, leve ao fogo baixo todos os ingredientes da cobertura em uma panela, mexendo muito bem até engrossar.
A casa toda fica com aroma de cobertura. Depois é só fazer uns furinhos no bolo e despejar a cobertura em cima.
Um pedaço quentinho é capaz de aquecer o coração.
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Conclusões
- Helena o Papai Noel não traz animais de presente...
- Como você sabe?
- Bem, eu já passei por muitos natais...
- Ah, eu sei... 1.975, né?"
sábado, 2 de outubro de 2010
Carvão

Horizonte
domingo, 26 de setembro de 2010
Tempo
- Er... filha, a mamãe nasceu em mil novecentos e...
- Nooooooooooooooooossaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!! "
Socorro!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Receita
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
domingo, 19 de setembro de 2010
Dica miojo do dia
1 porção de macarrão parafuso
1 colher de pesto
um gole de vinho branco
duas colheres de creme de ricota
parmesão ralado
Modo de preparo
Aqueça o macarrão parafuso já cozido na manteiga e no vinho branco, coloque uma colher de pesto, mexa bem e por último o creme de ricota. Sirva na cumbuca com parmesão.
Bem bom.
sábado, 18 de setembro de 2010
Tendo a lua

Eu vi o meu passado passar por mim
Cartas e fotografias gente que foi embora.
A casa fica bem melhor assim ..."
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Zoo




Corrente
* Balançar a cabeça enquanto canto, sozinha no carro
* Falar "lindamente"
* Escrever coisas no diminutivo (mas falar jamais)
* Dormir de meias
* Amar comer em cumbuquinhas
* Chamar as melhores amigas de "amiga"
sábado, 11 de setembro de 2010
Do outro lado da janela

Mitos da infância
- Mas mãe... caranguejo nem tem cabelo...
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Para Ronise
"Para atravessar agosto é preciso antes de mais nada paciência e fé. Paciência para cruzar os dias sem se deixar esmagar por eles, mesmo que nada aconteça de mau; fé para estar seguro, o tempo todo, que chegará setembro – e também certa não-fé, para não ligar a mínima às negras lendas deste mês de cachorro louco. É preciso quem sabe ficar-se distraído, inconsciente de que é agosto, e só lembrar disso no momento de, por exemplo, assinar um cheque e precisar da data. Então dizer mentalmente ah!, escrever tanto de tanto de mil novecentos e tanto e ir em frente. Este é um ponto importante: ir, sobretudo, em frente. (...)"
Caio Fernando Abreu
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Divagando

quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Certezas
mais aqui
O dom da ironia

quarta-feira, 25 de agosto de 2010
No caminho, há uma estrada
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Uma revolta
Clarice Lispector
domingo, 22 de agosto de 2010
Origem
Desejo
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Escambo!!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Dicionário

quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Glossário
(Tô me esforçando...)
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
sábado, 7 de agosto de 2010
Pisando em ovos

Lógica
- Mãe, por que eu não posso ir à livraria hoje?
- Porq vc fez manha lá da última vez que fomos e agora está de castigo.
- Por que eu fiquei sem ir na casa da Marina?
- Porq vc fez manhá lá uma vez, lembra? Depois pôde voltar, quando prometeu não fazer mais.
- E se eu fizer manha no shopping?
- Fica sem ir ao shopping, ué!
- E se eu fizer manha na praça?
- Não pode mais ir à pracinha, oras!
- E se eu fizer manha no banho???? (com os olhinhos brilhando achando que ia escapar...)
Curtas

quinta-feira, 5 de agosto de 2010
solidão
... o chuveiro queima às 6 da manhã e vc não tem pra quem pedir a toalha e nem pra quem praguejar;
...quando vc cozinha magnificamente e desenha pratos engraçadinhos;
...quando vc não cozinha;
...quando vc pensa em desistir;
...quando vc pensa em seguir em frente;
...quanto tudo que vc quer é ver o o último episódio da temporada de Brothers & sisters e nada, nada é mais importante;
...quando vc só quer dormir com os 4 cobertores que tem na casa;
ou quando a insônia te obriga a deixar a tv, o computador e as luzes acesas. E a conta aumenta.
...só.
... a solidão sopra uma brisa fresquinha, mas nem sempre é ruim.
às vezes refresca.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
domingo, 1 de agosto de 2010
Meu malvado favorito

Bananas!

Ingredientes: uma dúzia de bananas cortadas em rodelas, 6 colheres de sopa de farinha integral, 6 colheres de sopa de açúcar mascavo e uma colher de sopa de fermento em pó misturadinhos em um recipiente, dois ovos batidos em um copo de leite, canela em pó e duas colheres de manteiga.
Modo de preparo: Espalhe metade das bananas em um refratário untado, coloque uma colher de manteiga derretida por cima, a canela e metade da mistura de farinha e açúcar. Repita a operação. Por fim, despeje o copo de leite batido com os ovos. Leve ao forno por uma meia hora ou até dourar e criar casquinha em cima. Eu finalizei com uns pauzinhos de canela e servi quentinha com umas gotinhas de leite condensado pra enfeitar o prato. Não sobrou muita coisa pra contar história...
terça-feira, 27 de julho de 2010
Solicitação

domingo, 25 de julho de 2010
Resumo da ópera

sábado, 24 de julho de 2010
As voltas que o mundo dá

sexta-feira, 23 de julho de 2010
Diálogo de um manhã de sexta
- Por quê?
- Porque fica mais fácil pentear seu cabelo!!!
- E por que você tem que gostar das coisas mais fáceis?"
(... não respondi, obviamente...)
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Deu branco

Eu tento escrever aqui... mas não consigo. Quando a noite chega, sou só um restinho de mim. Amanhã me recupero. Amanhã. Espero.
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Pílulas
"Mãe, a gente nunca escapou uma montanha..." (Helena, querendo ser alpinista)
"Mãe, por favor, não seja tão dramática!" (Helena, depois de me escutar praguejando discretamento ao pegar mais um sinal fechado)
"Mãe, pelos meus cálculos você pegou o caminho errado" (Helena, acertando na mosca)
"Meu deus do céu! Como isso é bom!" (Helena, comendo queijo de cabra do Armazém Rio Grandense)
"Mãe, que lugar tem mais estrela cadente? - Humm... não sei filha, acho que na praia. - Na praia??? Eu pensei que fosse no espaço..."
Crítica mirim: "Mãe, as vozes das cantoras são tão parecidas, né? Eu nunca sei se é a Fernanda Takai, a Adriana Calcanhoto ou a Marisa Monte cantando..."
Da série perguntas sem respostas: "Mãe, a vida é uma grande ilusão?" (hã? ela não deveria ter um pouquinho mais de seis anos pra perguntar isso?)
"Helena, como vc é tão boa no jogo de memória? - Ah, mãe, é fácil! É só ver com a mente!"
"Mãe, acho melhor vc arrumar uma lixeira pro escritório. Isso já está passando dos limites" (Helena, observando -indignada- o depósito do seu apontador de lápis abarrotado)
sábado, 3 de julho de 2010
Como nasce uma insônia

quinta-feira, 1 de julho de 2010
Comida de infância
Ela simplesmente adora e quem prova garante que é bom mesmo. A Dani já me pediu pra fazer na casa dela (pra adultos) e as pessoas sempre ficam com vontade de provar, mesmo que eu aproveite o espinafre pra fazer uma receita mais bacana e sofisticada. Mas não adianta, a receita pegou e Helena adora recitar por aí que é o prato preferido dela. A quem interessar possa:
Refogue na manteiga meia cebola e um dente de alho. Coloque meio maço de espinafre sem os cabinhos, só as folhinhas verdes e tenras. Quando as folhas murcharem e ficarem verdinhas, acrescente um copo de leite já com uma colher de maisena dissolvida. Mexa bem. Coloque duas ou três generosas colheres de nata ou creme de leite fresco, mexa um pouco e bata muito bem no liquidificador. Volte para panela, coloque sal a gosto e despeje restinhos delicados de queijo (pode ser aqueles que sobraram na bandeijinha). Fica um delicioso molho verde para ser despejado em espaguetes, macarrão parafuso, borboleta ou das mais diversas formas.
Aproveite para brincar de restaurante e faça o papel de garçonete/mãe simultaneamente. A diversão é garantida e o jantar também! Eu garanto.