segunda-feira, 30 de novembro de 2009

De novo


Não é a primeira vez que vejo a intolerância descabida no trânsito e o quanto as pessoas
se trans-
formam.
Como aquele desenho antigo do Pateta em que ele é bem bonzinho, mas vira um monstro quando segura o volante. Voltando de uma matéria de rua, no carro da Folha, no trânsito da Visconde de Guarapuava, um motoqueiro esbarrou no espelho do carro da frente. Não fez nada no carro, mas o motorista ficou nervoso e desceu ameaçando o motoqueiro, que fugiu. No cruzamento da esquina, o motoqueiro estava parado com um paralelepípedo na mão e atirou no carro. Bem na nossa frente. O motorista deu ré e iniciou um perseguição violenta ao motoqueiro. Não sei como, conseguiu alcançá-lo e o prensou contra a grade de um prédio. Horrível. Ninguém se machucou, mas precisa? E logo hoje que eu estava naquele humor porque um idiota na garagem me fez bater o carro. Mas eu não o persegui. E nem fiquei com pedras na mão. Acho.

Detalhe


Eu aprendi com a Mary, lá de BH. Uma dica simples e deliciosa que hoje coloquei em prática: processar o manjericão com a batata para dar charme e um gostinho irresistível ao purê.

Segunda-feira


Trabalha-
dores braçais que me perdoem, mas tem dias que não é fácil ganhar o pão.

Escambo fashion

Não tem foto do escambo porque a gente esquece de tirar. Se envolve desde quando chega até quando alguém avisa que é hora de ir embora, ou tem que ir buscar a filha na casa da amiguinha. O engraçado é que a gente começou isso sem pretensão, porque já fazíamos entre nós e cada uma de nós já fazia entre a família e amigos. E na quinta edição, mesmo com a chuvarada de sábado, foi bastante gente bacana. Fizemos ótimas trocas, demos entrevistas, rimos, cortamos, criticamos. Ano que vem tem mais. Porque esse ano - ufa- já tá quase.

sábado, 28 de novembro de 2009

Tempo, tempo

Eu já tinha visto este texto no Beto há um tempão e sempre que lembrava ficava fuçando no blog dele pra tentar resgatar. Sem sucesso. Hoje ele postou de novo e não resisti à tentação de roubar (honestamente). É que tenho uma história curiosa com o Jamil Snege. Ele foi um dos primeiros (grandes) caras que entrevistei no começo de carreira. Diferente de hoje, quando termino tudo em 30 minutos, fiquei umas 3 horas na agência dele. Conversamos sobre todas as coisas do mundo sem medo do tempo. No final, ele me presenteou com todos os livros dele publicados até então (era década de 90, ainda, mas isso é detalhe demais). Todos autografados. Exibo na estante, com graça e orgulho, todos eles. Por isso, ó:

Para onde vão os rostos que amamos

Para onde vai o canto, depois que os lábios se fecham?
Para onde vai a prece, depois que o coração silencia?
E os rostos que amamos para onde vão, Senhor, depois que nossas pupilas se transformam em gotas de lama?
Ontem vi uma andorinha que devia ter uns cinco milhões de anos.
Será que eu também sobreviverei ao que restar de mim?

(Jamil Snege)

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Não dá mais pra enganar

Antes de dormir é hora da história. Eu conto, mas não posso mais burlar o tamanho dos livros e resumir o assunto. Ela logo pergunta: "Por que você lê coisas que não estão escritas?"

Renas


Eu não concordo com uma festa para marcar a chegada do Papai Noel na cidade, em que o velhinho chega às 22 horas num ônibus conduzido por um piloto de corrida e é recepcionado por adultos. Ainda assim, o Borges, lá da Folha, conseguiu fazer umas imagens lindas do evento.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Escambo!!!




Família

Mas não é só por isso que gosto dele . É que ele tem uns livros e discos que ando de olho...

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Freud explica


No primeiro dia de terapia, a menina deu um baile. Disse que sabia fazer uma coleção de bocas. Pegou papel e caneta e começou a desenhar dezenas delas, das mais lindas e perfeitas, com dentes lábios e contornos. Mas não respondia a nada que perguntavam. Então, quando questionada sobre de quem eram aquelas boquinhas e boconas, começou a escrever ao lado delas a quem elas pertenciam. Não contente, rabiscou uma flechinha em cada uma delas e escreveu o que cada uma dizia. Coisinhas tão lindas e delicadas que faz a gente lembrar que as respostas estão dentro da gente. Mesmo que a gente esteja aprendendo as letras ou que o grafite acabe.

Riscos


A flor de alcachofra é tão linda! Só vi uma ao vivo recentemente. Mas descobri que ela só pode ser vista se alguém ignora a comida. Quando a flor desabrocha, a iguaria não pode mais ser devorada.

sábado, 21 de novembro de 2009

Esperando...




Lembrete

"O que não vira palavra, vira sintoma"

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Fita k7


Quebrante

Meu carro quebrou. Como descobri? Não estava conseguindo acelerar. Qualquer semelhança com a vida real não terá sido mera coincidência.

Band aid


Tem dias que eu só queria um band aid pra alma. Existe?

Ilusão


"As ilusões, dizia-me o meu amigo, talvez sejam em tão grande número quanto as relações dos homens entre si ou entre os homens e as coisas. E, quando a ilusão desaparece, ou seja, quando vemos o ser ou o fato tal como existe fora de nós, experimentamos um sentimento bizarro, metade dele complicada pela lástima da fantasia desaparecida, metade pela surpresa agradável diante da novidade, diante do fato real".
Charles Baudelaire, in 'Pequenos Poemas em Prosa'

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Liniers de hoje


Egoísmo


A Adélia disse que eu não sei lidar com a morte. Quando a mãe dela morreu, a Helena era um bebezinho. Eu chorava tanto, inconformada pelo sofrimento da Adélia e por Helena não poder conhecer aquela pessoa tão especial quando crescesse. Ela passou algumas tardes comigo quando eu estava grávida e eu ligava sempre que podia. Me ajudou a podar o pessegueiro e as rosas de uma casa e vida que ficaram para trás. Com o tempo, a lembrança foi ficando boa, mas a indignação não. Na semana passada, a mãe da Rô "virou uma estrelinha". Eu liguei pra Adélia pra dizer que sou uma péssima amiga. Não conseguia confortar a Rô. Chorava, lembrando dos cafés em família, da abóbora com camarão, das viagens pra Santa Catarina num passado distante. E fiquei triste porque a Alice, a linda filhota da Rô, não vai conhecer aquela pessoa tão especial, que preparava os melhores cafés da tarde do mundo. E também porque nos últimos anos eu fiquei distante. Uma lembrança. Ontem, minha irmã me contou que nossa tia está morrendo. Deu um nó no peito porque nos últimos anos eu não consegui falar muito com ela, mas tínhamos os nossos segredos. Eu ligava lá para o Nordeste quando a coisa apertava aqui. O marido dela, que também virou estrela, foi quem me deu os livros do Fernando Pessoa, quando eu tinha uns 13 anos. Ela cortou meu cabelo, preparava galinha à cabidela e falava palavrão como ninguém. Helena não vai conhecê-la, mas o riso dela vai ficar ecoando em mim. Espero que eu consiga rir assim um dia. No fundo, a gente tem que lembrar das coisas boas, acho, e seguir em frente. Sempre. Adélia tem razão. Eu não sei lidar com a morte.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Dias bons


Quer começar um final de semana legal? Comece convidando a amiga que "conhece desde bebê" para dormir em casa e invente uma divertida festa do "esquisito de pijama". Durma a meia noite. Um (e) feito. Acorde no outro dia bem animada para comprar pão e frutas para um café da manhã saudável. Tome café com a amiga, brinque, vá patinar, ao cinema, sinta medo vendo filme de fantasmas, uma boa desculpa para ficar bem agarradnha com a mamãe. No dia seguinte, faça um pouco de manha. O suficiente para ouvir um bom sermão e aprender sobre as coisas da vida. Depois de um bom almoço, vá caminhar pelas ruas da cidade, encontre mais uma amiga por acaso e a convide para ir junto. Você vai ver Curitiba como ela é. A Praça das Ruínas abrigando um show de rock, o Largo da Ordem com roda de maracatu, O TUC com música sertaneja e a Praça Tiradentes, com as vitrines das calçadas mostrando pegadas de dinossauros (mesmo que seja mentira, são pegadinhas incríveis). Volte para casa para brincar de massinha. Isso é Curitiba. E uma diversidade que se constrói devagarinho. E é bom de viver.

domingo, 15 de novembro de 2009

Realeza


Da mostra "Mulheres Reais, as Modas e os Modos no Rio de Dom João VI", em cartaz até 22 de novembro, no Palácio das Artes, em BH. Uma bela exposição.

Ainda BH

Duas pessoas incríveis que encontrei em BH: Mari Guedes e Mary Design. Conheça um pouquinho da Mari na matéria aí embaixo (ou na Folha de domingo). O perfil da Mary sai no próximo domingo.

Perfil Folha

Uma gata que sabe voar

Mariana Guedes trocou Curitiba por Belo Horizonte e viu a moda tomar conta da sua vida. Depois de trabalhar com feras como o estilista Ronaldo Fraga, ela lança a própria marca

Era para ser mais um período de férias, mas, aos 19 anos, Mariana Guedes, paulistana radicada em Curitiba, decidiu fazer algo diferente. Enquanto a família ia para um lado, ela escolheu a distante e oposta cidade de Belo Horizonte para ficar até que as aulas do curso de Desenho Industrial, na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, recomeçassem. A cidade foi escolhida aleatoriamente, como poucas decisões da jovem. No ano seguinte, ela decidiria transferir definitivamente a faculdade e começar o que seria uma longa jornada em território mineiro. Hoje, aos 27 anos, depois de acumular experiências em agências de publicidade e trabalhar com o ícone da moda mineira Ronaldo Fraga - um de seus ídolos - ela se prepara para alçar voo solo. Está lançando sua marca Gatos Pingados. Não se trata apenas de uma grife, mas de uma série de estamparias que foram pensadas metodicamente e baseadas na vida da criadora. Os ''gatos pingados'' são seis, cada um com estampas e ''personalidades'' diferentes. Os bichanos aparecem em camisetas infantis (mas os adultos já reclamam o seu quinhão) e produtos como aventais, mas também podem ser bichos de pelúcia muito peculiares. Como cada um tem uma estampa, os filhotes são mesclas dos desenhos e vão ganhar registros de nascimento e até uma comunidade virtual ''para que nenhum deles se perca por aí e seus parentes sempre saibam do seu paradeiro''. Nada por acaso. Mari tem seis irmãos, três por parte de mãe e dois por parte de pai. Foram eles, Lua, 28 anos; Tui, 24; Davi, 13; Pedro, 12; e Júlia, 6, que inspiraram a criação dos gatos. Um sonhador, um brincalhão, um que gosta de explorar o jardim, outro que explora o mundo, um gato que gosta de cozinhar e outro que é um verdadeiro ''gato'' de biblioteca. Os irmãos que inspiraram a criação dos bichos moram cada um em um lugar - na Argentina, em São Paulo e Curitiba, apenas Mariana está radicada agora em Belo Horizonte. A temporada mineira teve intervalos - como um período de três meses na Itália, para estudar e pesquisar tendências - mas foi em Minas que ela começou a flertar com a moda. ''Eu demorei para entender a moda comercialmente. Para mim, a moda sempre foi ligada à pesquisa, aos figurinos de teatro'', conta a designer. No primeiro ano na cidade, cursando Design Gráfico na Universidade Estadual de Minas Gerais, ela fez estágios e trabalhou em importantes agências locais, como a Domínio Público e a Lápis Raro, além de desenvolver trabalhos curiosos. Participou, por exemplo, da criação da identidade visual para atletas de esportes radicais. Foi assim, meio por acaso, que a moda foi tomando conta da vida da jovem que passou a infância e a adolescência no Paraná. O trabalho era mesclado com os estudos, e os trabalhos acadêmicos sempre se voltavam para uma pessoa: o estilista Ronaldo Fraga. Até que surgiu, por intermédio de uma professora, a possibilidade de ela fazer um estágio com o estilista. Pouco tempo depois, Mariana foi contratada e trabalhou duas coleções com o mestre, desenvolvendo estampas e participando de todo o trabalho de criação. Depois disso, Mari seguiu para Itália, e no trajeto de volta trouxe na bagagem o desejo de montar a própria grife. Este ano, pediu demissão na agência que estava trabalhando e agora está se dedicando exclusivamente aos gatos. Lançou um blog (http://www.gatospingados.com/blog/) para falar mais sobre o tema e começar a vender virtualmente os produtos. Até o final do mês, deve entrar no ar o site que vai reunir todos as peças da marca e a comunidade virtual que vai registrar e acompanhar o movimento dos gatos de pelúcia. Medo de tanta mudança? Mari diz não ter. Confessa, aliás, apenas um medo: o de avião. Mas de voar, a moça não tem. Sabe alçar voos longos e seguros.

Katia Michelle
Equipe da Folha

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

quarta-feira, 11 de novembro de 2009




terça-feira, 10 de novembro de 2009

Eterno retorno

Fui pagar uma conta no shopping antes de pegar a menina na escola. Queria aproveitar os 15 minutos grátis do estacionamento e me livrar logo do problema. Calculei direitinho o tempo, só não contava que ia perder o cartão do estacionamento. Tive que preencher uma ficha enooorme provando que eu era eu de verdade. Tinha que apresentar a identidade, mas tinha ficado na bolsa da viagem. Então era só apresentar o documento do carro, mas eu me lembrei de ter guardado bem direitinho na estante de casa antes de viajar. Antes de chorar, resolvi fazer uma onda pros vigilantes que já me olhavam com cara de que iam me prender e ir para o carro fingir que pegava o documento. O cartão do estacionamento tava lá, reluzindo no banco do passageiro. Daí eu chorei mesmo, mas deu tempo de chegar na escola no horário. Enfim, de volta pra vida real. Olá pra você também.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Escutei por aí

"Ela fala coisas sem nenhum anexo".

(he he he)

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

O tempo é uma lagoa

Não tá dando tempo de fazer nada aqui em BH que não seja trabalho. O local dos desfiles é longe do hotel, na Lagoa dos Ingleses (nessa da foto de ontem aqui do lado, registrada por mim). Demoramos uma hora pra chegar até lá. "Perdemos" uma hora alguns dizem. Eu vou até lá olhando pela janela da van, único jeito que encontrei de conhecer um pouco a cidade. Ainda não fui ao mercado. Ainda não comi pão de queijo e nem doce de leite. Fui na Bonomi, dica de um "anônimo" aqui do Blog porque uma entrevista coincidiu de ser lá. É uma graça. Mas não tomei vinho e nem almocei porque o tempo corria. O tempo devia parar, às vezes, pra gente olhar a lagoa. Essa aí é artificial. Mas quem saberia? O tempo é uma lagoa.

Boneca de papel


O convite do desfile de Ronaldo Fraga, em formato de boneca de papel. Tão linda quanto à frase da camiseta assinada por ele: "Se eu fosse um pássaro eu seria ser um urubu porque ninguém nunca ia me prender na gaiola".

Peixe nada


Uma bolsinha /carteira de couro, em formato de peixe, garimpada por vinte pila em um brechó charmoso chamado Brilhantina. A moça que atendia, claro, tinha um sotaque mineiro delicioso. E o "trem" que levei é muito fofo.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Desfile

O que é um ponto vermelho no meio da multidão? É a Elke Maravilha assistindo ao desfile de abertura do Minas Trend.

BH


Não é muito bonita a vista da janela do hotel. É só uma cidade. Mas eu ainda fico olhando aquele morro lá atrás e achando que além do horizonte existe um lugar.