domingo, 27 de fevereiro de 2011

Procura-se


"Mãe, em toda a minha vida eu só vi um vagalume", ela me diz, levantando a questão "Por onde andam os vagalumes" ? Tem outras coisas que se perderam no caminho, mas ela ainda não sabe. Será que existe um "achados e perdidos" de lembranças da infância?

24 horas







quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Hoje


Gosto do gosto que as coisas tem. Depois de um tempo, eu gosto. Só isso. Gosto de chegar em casa. Gosto de fazer lição de casa. Gosto do meu primo dizendo "prima". Gosto dos meus tios me ligando pra contar nada. Gosto de dormir com a janela fechada. Aberta dá medo. Gosto de sentir medo. E de nem ter com quem compartilhar. Gosto de dizer "compartilhar" mesmo que não seja verdade. Gosto de gostar. E de confessar que não gosto. Porque isso, convenhamos, é o mais difícil. Talvez não goste. Pode, né?

(*) Tirei essa foto hoje, do celular, enquanto ia pro trabalho. Um engarrafamento gigantesco a minha frente. Mas olhar o céu, fez todo o sentido...

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Coração partido


E dói ainda se manter firme diante do pedido de desculpas. Mas ainda dói...
(* Desenho da Helena, enquanto eu escrevia o post abaixo. Láaaa do castigo, obviamente.)

Ser mãe

Não. Não é fácil. Dizem que é padecer no paraíso. Espero que seja. Porque aqui na terra. Não. Não é fácil. Hoje veio a fada do dente. Antes veio mesada. Veio agrado. E ela, aos sete, ficava andando pra lá e pra cá com a carteira "recheada". Até que veio a prova de fogo. A sorveteria não aceitava cartão. "Paga com o seu dinheiro , filha, depois mamãe te dá". Fez escândalo na frente de todos. Chorou. Chorou por outras coisas. Misturou tudo. Disse que me odiava. Adolescente aos sete. Não ganhou sorvete. Não foi com os outros. Eu muda. Levei pra casa. Bati o carro. Levei pro quarto. Tirei o dinheiro da carteira dela e rasguei em pedacinhos. "Dinheiro não tem valor. O que vale é a educação. É o que a gente sente. É o que a gente respeita". Fechei a porta e institui o castigo. Aos sete. Não é fácil ser mãe. Dói como se o coração estivesse sendo rasgado em pedacinhos. Todos os dias.

Igual a tudo na vida

" - Eu também me interessei por você desde a primeira vez que o vi.

- Sério?

- Claro! Você não percebeu pela maneira como te ignorei?"

(Nada melhor do que rever filmes antigos para começar bem a manhã de domingo).

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Diálogos internos

Pior que ficar na cabeça com a máxima "sempre não é todo dia" é saber que isso veio daquela música... ah, deixa pra lá...

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O gosto da vingança


"Ele acordou chorando. O mestre perguntou: - Teve um pesadelo?
- Não.
- Teve um sonho triste?
- Não.
- Então por que está chorando?
- Porque meu sonho nunca vai se realizar"
Esse é um dos diálogos que permeiam o filme coreano "O Gosto da Vingança", do mesmo diretor de "O Hospedeiro" e "Mother". Adoro as soluções de filmagem. As sutilezas das cenas mais comuns. Tudo parece uma coreografia. Até (e principalmente) quando vira uma espécie de kill bill.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Leite condensado

De antes nem vou contar. Todo o resto aconteceu em um intervalo de uma hora. Meu carro estava vazando gasolina durante uma reunião que eu não podia interromper. Depois estava atrasada para buscar a menina na escola. Dei carona para amiga dela e também não dava para parar o carro. Tinha mercado para passar. Passei. Rápido. Ingredientes para o bolo do piquenique que ela recusou que eu comprasse. Só valia se eu fizesse. Comprei farinhas, fermentos, cacau. Chego em casa esbaforida, aviso de corte de luz. Ué, mas eu paguei janeiro. Sim, e dezembro não. Acho a conta, corro com a criança a pé para o banco porque o carro vaza gasolina. Chega no banco, cadê o cartão? Esqueci no mercado. Mercado não achou. Será que é hora de parar? Mas o bolo ficou lindo e quase nem dá pra notar o despedaçado colado com cobertura de leite condensado...

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Amanhã

Ela faz sete anos amanhã. Escuta música no MP3 quando saí de casa, empresta meus óculos escuros e se enfeita toda. Como se precisasse. Ela todinha é um enfeite. Parabéns, filha!