segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Hoje eu só quero

Eu tenho pena de quem não quer se apaixonar.
Eu me apaixono todos os dias. Pelas pessoas. Por uma coisa. Pela música breguinha da Luciana Melo que toca no carro: “Hoje eu só quero que o dia termine bem”
Apaixonar-se não significa que você vai viver o resto da vida com aquele objeto da paixão ou vai ser esmagado por ele. Pelo contrário. Apaixonar-se te dá o direito de escolher o tempo inteiro. Te dá a opção de querer continuar. Te dá a opção de querer. E não há nada melhor do que ter (e fazer) escolhas.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Quando a gente cresce

Ela sempre chorou muito. Chorava quando ouvia "não". Chorava para comer. Chorava para parar de comer. Para entrar no banho. Para sair. Minha paciência às vezes tinha limite. Outras não. E eu chorava junto. Hoje acordei pensando que não ouço chororô há tempos. Tempos mesmo. Ontem ela deixou cair um esmalte no piso da cozinha. Quebrou e fez uma lambança. Dei uma bronca e a mandei pro quarto até que eu limpasse. Quando me dei conta ela estava quietinha, com uma lágrima discreta escorrendo no rosto. Magoada. "Desculpe", disse. Eu a abracei e me dei conta que quando a gente cresce, chora pra dentro. E deve doer mais...

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Invenções

De vez em quando a gente ganha um tempo só pra gente e não sabe muito bem o que fazer com ele. Aquele pedaço de tempo antes preenchido fica vazio, ali, parado na tua frente, te instigando: "E aí, cara!" Aí você pega aquele pedaço de vazio e vai dar uma volta e enche ele de coisa. E aquilo que era perdido, vira uma imensidão. Pode até virar uma invenção. "A Invenção de Hugo Cabret". Porque, olha, se esse tempo vazio aparecer mesmo na sua frente, você vai adorar inventar isso!

Profundo

Eu disse que queria conhecer o fundo do mar. E ela disse: - Acho que posso fazer um pra você...

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Há oito anos eu ganhava um sol particular

Aos oito anos, ela pula, brinca, se diverte, argumenta.
Aos oitos anos, ela pergunta, responde e fica sem respostas pra tentar depois.
Aos oito anos, ela brilha, repensa, tem memória de elefante e esquece quando convém.
Aos oitos anos ela ganhou uma maturidade que falta em muita gente que tem mais.
Empresta o brilho que tem nos olhos pra quem pede. Ou precisa.
Há oito anos eu colho a luz dourada dela.
E brilho junto.
Obrigada, filha, pelos oito anos tão lindos ao seu lado.