É daqueles filmes sob encomenda para causar polêmica. A começar pelo cartaz do longa. A foto traz uma imagem da atriz Audrey Tautou (que obviamente vive a protagonista no longa francês) com um cigarro na mão. Em várias praças (França, EUA e Brasil incluídas), o cigarro foi substituído por uma .... caneta. Só um detalhe. Já a história pode até agradar mais a quem tem alguma referência da estilista (como em uma cena em que ela vê os marinheiros na praia e a câmera faz um close nas listras das camisas que eles usam. Ela abusaria das listras mais tarde, em sua produção, mas não há remissão no filme). De qualquer forma, é preciso esforço para gostar. Tem vários lados da história que deixaram de ser comentados no filme e que passam longe da moda: como a colaboração de Coco com os nazistas e o modo pouco heróico com que ela fez sua fortuna depois de ter saído de um orfanato, cantado em boates e vivido com um amante pouco afeito à realidade. A diretora Anne Fontaine pode ter romanceado demais a personagem e isso não é exatamente um elogio. Pegou a parte mais digerível da história - a que Coco teria criado o clássico "pretinho básico" em luto pela morte do amado - e focou o longa nisso, como se a vida da estilista que nunca se casou se baseasse em "antes" e "depois" de uma única paixão. Eu não estava lá para saber. Mas parece tão pouco...
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