Na hora em que a menina pediu, com a carinha de quem sabe sorrir com os olhos, o pior CD do mundo, eu deixei. Mas fui logo avisando: "eu não preciso ouvir no carro, né?". Precisava. Tudo bem, quando eu era criança, minhas irmãs deram um jeito de quebrar o CD do Biafra e nem pensar que algum refrão gritado pelos Menudos podia tocar na vitrola disputada lá de casa. Com um discurso politicamente correto ("afinal, não precisamos gostar das mesmas coisas, sabe filhinha"...) fomos ouvindo aquele coisa chicletenta e ela feliz, cantando junto. No sinaleiro, distraída, eu cantarolei uma parte do troço. Pude ver pelo retrovisor os olhos dela sorrindo enquanto dizia: "Mãe, tudo bem. Não precisa ter medo de me contar que gostou."
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