domingo, 11 de abril de 2010

Gastronomia branca

Eu não acho que existe crítica gastronô-
mica em Curitiba. Principal-
mente porque os jornais trabalham de forma equivocada. Não há verba para a editoria e as assessorias acabam definindo quem é o restaurante da vez. Fazem grandes coletivas e almoços, convidam os jornalistas em grupos ou individualmente e depois o público pode ver em quase todos os veículos comentários sobre o mesmo restaurante. Quase sempre bons comentários. O jornalista não tem como saber se aquele prato é servido daquela maneira sempre, simplesmente porque o chef sabe previamente que está cozinhando para imprensa. Também por isso, sempre que eu fazia matéria de gastronomia, optava pelo óbvio: contava a história do restaurante, do chef e, claro, da receita. E só. Mas agora, longe do jornalismo diário, sempre que vou num restaurante, boteco ou padaria fico imaginando como seria escrever sobre aquele lugar. Outro dia fui num bistrot na Praça da Espanha. É o lugarzinho da moda da vez: pequeno, charmoso, francês, tem fila na porta e fica no Batel Soho.Também por conta do meu trabalho eu já comi em muito bistrot realmente bacana e posso garantir: a comida daquele lá não é das melhores. Mas a decepção não para por aí. O preço é abusivo. Os pratos são fakes. A carta de vinho é limitada e o pior ainda está por vir. O atendimento é péssimo. Depois da terceira vez que o garçom tentou tirar nossos pedidos e não conseguiu por conta da conversa animada, a dona ou maitre (não consegui identificar), empurrou o cardápio para mim e perguntou se eu já tinha escolhido. Eu disse a ela que ela estava nos pressionando. Discretamente. Ninguém na mesa percebeu. Mas eu acho isso de uma falta de educação e preparo intensa. E não é raro acontecer por aqui. Rende até um outro post somente sobre atendimento. E tem lugares tão bacanas que pecam por isso. A Prestinaria, por exemplo. Não há brownie mais saboroso que o de lá. Pãozinho de queijo menor, quentinho e mais saboroso. Mas quem aguenta aquele atendimento seco, demorado e extremamente amador que tem lá? Eu não... mas quando a vontade do brownie único bate, supero tudo, fecho os olhos e apareço por lá só para jurar que nunca mais vou voltar. Mas pelo menos o produto "paga o crime".

Um comentário:

  1. Oi amiga! Saudades! Não sou tão chique quanto você no que diz respeito aos lugares frequentados, mas sou intolerante no quesito atendimento ruim.
    Preciso do trio, aliás de você!

    Bjs,

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