domingo, 14 de fevereiro de 2010

Werther

6 de dezembro

(...) "Como sua imagem me persegue! Quer acordado, quer sonhando, está totalmente em minha alma! Quando fecho os olhos, neste ponto aqui da minha fronte onde se concentra a visão interior, vejo seus olhos negros. É bem aqui neste ponto! Não sei como exprimir-lhe isso. Cada vez que fecho os olhos, eles lá estão, abrem-se diante de mim, em mim, como um mar, como um abismo, enchendo os meus sentidos e o meu cérebro.
O que é o homem, esse semideus tão louvado? Não lhe faltam as forças justamente no momento em que necessita delas? E quando ele, alçando vôos de alegria, ou abismando-se na tristeza, em um ou no outro caso, não será então limitado, retomando a consciência fria e banal de si mesmo, justamente quando contava perder-se no infinito?" (...)

Página 91 de "Os sofrimentos do Jovem Werther", de Goethe, um do livros que resgatei durante a mudança e ando relendo.

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