"Você não gosta de mim!", disse a menina, dentro dos seus seis anos de idade, depois de ouvir um enfático "não". A frase me nocateou. Nada mais podia magoar. A culpa era minha. Eu não sei me expressar, estou errando, não sei conduzir, crio complexo e preciso urgentemente criar o fundo terapia. Demorou pra entender. Mas não mudei de opinião. Disse não porque é preciso. "Te dou muito carinho e tudo que você precisa". Os argumentos não acabavam e a discussão se estendeu bem mais do que eu precisava deixar. "Se me desse carinho estava me dando agora". Mas na hora continuei dizendo não. E vou continuar dizendo. Muitos. Porque é preciso. Porque amo. Não tanto quanto nego. Mais. No outro dia, ainda confusa, tentei conversar. "Acha mesmo que não gosto de você ?" "Claro que não!" , ela respondeu sem dar muita bola. "Aquilo foi ontem. Hoje é hoje e eu te amo. Mas mais do que você me ama." E deu um abraço tão apertado quanto o nó no meu peito, antes de correr pra brincadeira.
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