quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

"Só o que sinto explica o que faço"

Em janeiro de 2004 minha Helena estava quase nascendo. Eu estava com esse barrigão aí. Mal aguentava ir pra redação. Nem estava saindo mais para entrevistas. Mas teve uma que não pude recusar: cobrir um documentário que estavam fazendo sobre Helena Kolody. Seria a última entrevista dela, já que ela se foi poucos dias depois. Ela nos recebeu na casa dela, ali na Praça Osório, pertinho da Folha. Quando entrei, ela sorriu pra minha barriga e eu disse: "aqui dentro tem uma Helena". Ela me abraçou com esses olhinhos que fazem os meus encherem de lágrima só de ver essa foto. Abeençou minha barriga e disse coisas lindas. Eu era outra. Tanta coisa aconteceu desde então. Mas acho que Helena, a filha, foi tocada por essa sensibilidade de poeta. Eu também fui, porque dentro de mim há uma alma que sorri e chora a qualquer movimento brusco. E recorro a Helena, a Kolody, para verbalizar: "só o que sinto explica o que faço".

Nenhum comentário:

Postar um comentário