domingo, 26 de fevereiro de 2012

Quando a gente cresce

Ela sempre chorou muito. Chorava quando ouvia "não". Chorava para comer. Chorava para parar de comer. Para entrar no banho. Para sair. Minha paciência às vezes tinha limite. Outras não. E eu chorava junto. Hoje acordei pensando que não ouço chororô há tempos. Tempos mesmo. Ontem ela deixou cair um esmalte no piso da cozinha. Quebrou e fez uma lambança. Dei uma bronca e a mandei pro quarto até que eu limpasse. Quando me dei conta ela estava quietinha, com uma lágrima discreta escorrendo no rosto. Magoada. "Desculpe", disse. Eu a abracei e me dei conta que quando a gente cresce, chora pra dentro. E deve doer mais...

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